Chapter 26: Capítulo 25
Chapter 26: Capítulo 25
Manuela.
Ontem Gabriel chegou tarde em comparação aos horários que ele chega da empresa e eu agradeci
pois como já estava dormindo não tive que dar satisfações do que tinha acontecido comigo. Sobre a
gravidez eu ainda estava em choque apesar de não confiar muito nesses testes de farmácia. Eu iria
fazer uma ultra essa semana pra ter certeza se estava ou não, Diego iria marcar pra mim mas sabe
quando você tem certeza de algo e não quer acreditar?
Era eu a todo momento.
Eram seis e quarenta da manhã, mega atrasada óbvio mas eu estava sentindo um sono fora do
comum que nem ouvi o celular despertar. Levantei e tomei um banho rápido, sai do mesmo secando
meu corpo e escovando os dentes. Peguei uma maça na fruteira antes de sair, já que não ia tomar
meu café da manhã reforçado como de costume então resolvi comer uma fruta pra pelo menos não
ficar de estômago vazio. No caminho para o colégio eu pensei em diversas formas como contar a
suspeita de gravidez para Lya e Naty, apesar de não ter certeza absoluta da mesma eu não gostava
de esconder nada delas e também não conseguia.
Toda vez que ia fazer alguma surpresa era um inferno porque eu sempre contava antes e estragava
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Acho que é por isso que ninguém não me conta mais nada quando vão fazer surpresas, no início até
fiquei triste mas depois vi que realmente não dava pra contar pra mim.
Achei melhor contar só depois da ultrassonografia, até porque eu também não tinha total certeza de
nada e apenas um teste de farmácia me confirmava isso. E se não fosse verdade estava tudo certo
mas se fosse eu ainda não sabia qual decisão iria tomar, se iria ter ou não. De qualquer forma é
melhor deixar todos fora disso por enquanto.
Cheguei no colégio dez para as oito e agradeci mentalmente por não levar nenhum sermão de algum
coordenador daqui. Entrei na sala e a professora de português passava a matéria no quadro e eu
tratei de caçar logo um lugar para me sentar. Mandei um beijo no ar para as meninas que estavam um
pouco distantes de mim e em seguida abri meu caderno.
Deus, se for da sua vontade eu já estou pronta pra ser muito rica sem esforço nenhum, esse negócio
de estudar igual uma condenada primeiro cansa muito.
Prestei atenção nas aulas até eu começar a sentir um enjoo horrível, pedi ao professor educadamente,
sem ninguém desconfiar pra sair de sala, sempre evitando ao máximo que meu nome fosse parar na
boca do povo, qualquer motivo era motivo ainda mais quando se tratava de mim.
Estava querendo ficar longe de mais problemas.
Após vomitar levantei-me do chão e apertei a descarga. Encostei-me na porta e respirei fundo. Tentei
não pensar que tudo batia e fazia um enorme sentido, desde a menstruação atrasada, os enjoos e
tonturas que eu comecei sentir de uma hora para outra nesse último mês. Sai do banheiro e me apoiei
na pia jogando uma água no rosto. Tratei de voltar pra sala antes que todo mundo desconfiasse da
minha demora, faltava muito pouco para o intervalo, era eu voltar pra sala e em menos de dez minutos
ter que sair de novo.
Agradeci mentalmente quando entrei na sala e todos da mesma estavam prestando atenção na
explicação da matéria. Assim que o segundo sinal bateu todos saíram de sala rumo ao pátio assim
como eu junto as meninas.
— Tu foi no médico ver isso, piranha? — balancei a cabeça negativamente bebericando meu suco —
As vezes eu vou ser tia e não sei.
— Não viaja — ri fraco.
— Será que é Manuela a mamãe do ano? — dei um tapa no braço de Naty — Aí, doeu.
— Vocês estão delirando — bufei.
Graças a Deus os meninos chegaram fazendo mudar o assunto, me controlava ao máximo pra não
falar que tinha feito o teste mas minha cara quando falavam sobre gravidez deixava a desejar. Meu
lanche foi um suco de manga apenas, preferi não comer nada já que os enjoos não deixavam nada
parar no meu estômago.
Meu lado draga já estava entrando em desespero.
O intervalo acabou e as aulas passaram rápido. Após a saída não fiquei no colégio zoando com o
pessoal como de costume, eu estava muito cansada e só queria cama.
E pra ser sincera, não estava com cabeça pra nada.
Fui o caminho todo de volta pra casa escutando música tentando de alguma forma dispersar meus
pensamentos e foca-lo em algo bom mas era quase impossível.
Ao me aproximar da porta ouvi barulho da televisão ligada, provavelmente Gabriel deveria estar em
casa. Adentrei e o mesmo estava jogado no sofá assistindo televisão, tirei meu tênis e o encostei no
cantinho da parede.
— Ah — bufou — Como estava bom sem você aqui — dei o dedo médio — Boa tarde pra você
também, mal educada.
Prendi meu cabelo em um coque e o dei língua.
— Puxei você — pisquei.
— Nunca, eu sou a ética em pessoa, irmãzinha — gargalhei.
— Amor próprio é tudo, não é? — rolei os olhos e ri.
— O que houve com você ontem — se sentou no sofá — engoli a seco, meu coração só faltava sair
pela boca — Empresa de papai está um loucura, cheguei mega tarde ontem — caminhou até a
cozinha.
— É..nada — ri fraco — deve ter sido a comida que você e Diego pediram, me fez mal, sei lá.
— É bom que da próxima vez você não come — deitou novamente no sofá com um saquinho de
batata na mão.
— Me poupe, Gabriel — bufei.
Ficamos um tempo conversando, ele me contou sobre tudo que estava acontecendo na empresa e
mais uma vez agradeci a Deus por não fazer parte dela. Essa empresa só tinha problema, tinha que
ter muita paciência e saúde mental para trabalhar nela.
E são duas coisas que eu não tenho.
Depois de falarmos bastante sobre empresa e a vida dos outros eu fui para meu quarto, estava
exausta e morrendo de calor. Tomei uma ducha fria demorada e com isso aproveitei pra lavar meu
cabelo. Sai do box secando o mesmo com a toalha e enrolei meu corpo com outra.
Passei o secador pra terminar a secagem e em seguida a prancha, meu cabelo estava enorme e eu
doidinha para fazer alguma coisa nele mas ainda não sabia o que. Coloquei um blusão e uma calcinha
e me deitei. Fiquei mexendo nas redes sociais até pegar no sono.
Não sabia de onde estava vindo tanto cansaço.